quarta-feira, 6 de março de 2013

Apache Flex é uma tecnologia de interfaces que vai continuar revolucionando pelos próximos 10 anos

Para quem tem dúvida...
olha o que o Igor Costa, fala..


Trabalhar em um grande projeto open-source é um desafio grande, em especial com o projeto Apache Flex que segue um forte legado de satisfação para quem desenvolve assim também para quem tem a solução criada por ele.
Faz aproximadamente 14 meses, desde que o projeto foi doado para fundação Apache e contribuições não param de chegar, só para você ter uma idéia é uma média de 140 emails recebidos por hora na lista de desenvolvedores, discutindo sobre vários aspectos o que a tecnologia ofereceu e o que ela está para oferecer.
Flex foi, é e provavelmente continuará sendo a melhor tecnologia de interfaces que o desenvolvedor já conheceu, sem tirar nenhuma palavra dessa sentença, o único erro da tecnologia foi ficar presa no tempo e na caixinha de areia do Flash Player.
Nesse artigo, eu quero apresentar para você, desenvolvedor Flex que vem acompanhando esse blog desde 2004 o que torna hoje o projeto Apache Flex um futuro tecnológico brilhante além de seu tempo. Eu já previa isso aqui.
Adobe Flex e seu passado
O Flex veio em um período que linguagens de interface eram o elo fraco de uma aplicação desktop ou web, e ele supriu essa necessidade, inspirando várias outras tecnologias de sua época, devido sua facilidade de criação e alto acabamento no resultado.
Se antes você escrevia em MXML/Actionscript e o produto final era um SWF que rodava em uma engine chamada Flash Player,  então competentemente ficávamos em nossa zona de convorto, sem esperar que alguma outra tecnologia pudesse fazer alarde e ultrapassar.
O Flash Player para ser popular precisa do navegador e o navegador para ser completo precisa ter suporte ao Flash Player, Isso era legal de se falar até 2008, só que antes disso, quem lembra do Shock wave, do real Player ? Todos estavam fadados ao desuso por que chegaram em uma zona de conforto que não viram que poderiam ficar para trás ao longo dos anos.
A era do Flash Player
É ai onde entra o fracasso atual do Flash Player em relação a esse aspecto.
Até hoje o Flash Player é odiado, melhor! É onde o flash player perde em popularidade, já que quando não se segue um padrão dos navegadores, que são a janela para a internet, a coisa começa a ficar estranha. Mais da metade de quem usa a internet no mundo dá a mínima para o player ou até desconhece seu uso, embora até 2009 seu uso estava presente em 98% dos navegadores.
De longe o Flash Player foi e foi até os dias de hoje o plugin mais famoso de todos os tempos, porém com seu sucesso, veio sua desgraça, uma vez que os navegadores viram que ele estava ofuscando seus brilhos, o que resultou em um ato colaborativo de vários CEOs do mundo em colocar de vez um ponto final no Flash Player
Quando Steve Jobs escreveu seus pensamentos sobre o Flash Player, foi a gota d’àgua de “se toca” para a Adobe atualizar e manter o Flash Player um estado de arte, só que ao invés disso o fracasso do CEO da empresa, respondeu apenas com alguns argumentos que não fizeram tanto alarde. Afinal a grande voz de Steve ecoou por toda a internet e tudo que era movimento relacionado ao padrão “Não open” saiu por dentro à fora e virou moda.
Infelizmente a tecnologia Flex estava atrelada apenas o Flash Player, o que acabou desmotivando a Adobe a encerrar a linha do Flash Player para dispositivos móveis para o Android, tanto é que hoje não existe mais oficialmente na Play Store, apenas a Blackberry com seu tablet “Playbook”, possuem ainda o Flash Player instalado.
Quando se perde o seu principal playground, você se desespera e desiste de uma tecnologia fantástica para o futuro de aplicações. Essa história é a mesma para várias outras empresas que ficaram presas em seu ambiente fechado e controlado e que acabou não entendendo que a internet anda a passos largos e de dificil controle.
Adobe Flex open-source
Foi ai que o Flex teve um final na história de participações da Adobe, sendo graciosamente doado para fundação Apache. Antes disso ela abriu o projeto, sendo open-source por vários anos, só que ninguém se interessava pelo projeto open-source, já que tudo era controlado pela Adobe, um envio de um simples bug para conserto, demorava vários e vários meses para ser solucionado. Algo precisava mudar.
No final de 2011 no apagar das luzes, A Adobe viu que não poderia deixar o produto morrer e doou para a fundação Apache, sábia decisão dela, afinal são mais de 1 milhão de desenvolvedores que usavam o Flex como principal tecnologia de front-end.

Nasce o Apache Flex
Ao contrário do que muitos achavam, o Apache Flex está vivo e muito ativo, com a recente doação final do Falcon e FalconJS o projeto começa a modificiar suas entranhas para não ficar dependente apenas do Flash Player, que esse pode ter seus (anos) contados.
Começamos incubados e já com várias releases, todas até hoje foram correções de bugs existentes e remoção de software proprietário que fazia parte do SDK, já que o projeto é sob licença apache, não se pode ter código de terceiro que seja necessário o pagamento para utiliza-lo.
Além de ser ativo, o projeto conta hoje com um time multi-disciplinar de diferentes partes do mundo, apenas um Brasileiro está no time, que é esse que escreve, porém você também pode fazer parte do time, basta colaborar ativamente para alguém te chamar e fazer parte da lista de committers, onde você pode submeter seus próprios patchs para correções e colaborações.
A última release 4.9 acompanhamos a atualização para o Java 7, assim o SDK continua progredindo junto com vários outros softwares open-source que o ajudam.
Futuros lançamentos
Hoje, estamos trabalhando no novo compilador, o FalconJS, é bem igual ao Falcon, que está em beta no Labs da Adobe, é o chamado comercialmente de “Actionscript compiler 2.0″.
A diferença é que com o FalconJS, você poderá escrever Actionscript/MXML e gerar Apps totalmente abertas ao HTML5/CSS3/Javascript, sem ficar mais dependente do Flash Player.
Queremos incluir esse novo compilador nas próximas releases da 5.x em diante. É um trabalho árduo, já que todo o compilador trabalha em um modo de dependência de objetos do Flash Player, o que é diferente do lado HTML que depende do Javascript e embora o Actionscript compartilhe da especificação ECMAScript, ambos possuem suas particularidades.
O que querendo ou não o Actionscript ainda é mais avançado que o Javascript, em especial para tipação, construtores de classes, etc.
Existe muito a se fazer, porém uma grande barreira foi quebrada, e até eu mesmo além de outros da equipe estávamos com pouca crença que o projeto saísse da mesmice de consertos, remendos e virassem um projeto base na fundação ao invés de ser apenas um protagonista incubado.
Qual o prazo para essas novas funções
Diferente de projetos que depende  de ações para serem valorizadas, o clico de release é mais lenta, as decisões são melhores tomadas, mas até o final de 2013 teremos um projeto sólido que pode ajudar muito desenvolvedor a migrar ou aperfeiçoar seus atuais projetos Flex.
Atualmente já temos em aplicações simples, escritas em Actionscript a saída em puro Javascript, em apenas 1 mês de testes, o que remete a um tempo bastante hábil para um projeto open-source sair do papel/idéia e virar realidade.
Muito do que foi aprendido e testado no FalconJS, veio do Jangaroo, é bom aprender com quem já está à um tempo no mercado. E boa parte das contribuições estão vindo do pessoal também do Jangaroo.

Apache Flex é um projeto cativante que vai continuar sendo utilizado e melhorado para os próximos 10 anos ou mais, desde que ele nunca mais cometa o crime de ficar atrelado apenas o Flash Player ou ao Adobe AIR, ele será multi-plural, você vai escrever e ficar dependente em Actionscript /MXML que continuaram sendo suas linguagens oficiais, só que ao invés disso o produto final passará a ser executado em várias plataformas, Desktop/Web/Mobile/Gadgets/etc. que aparecerem ao longo do tempo.

fonte:


Vitor Yudi Hansen